sexta-feira, 31 de julho de 2009

Nós...eternas adolescentes




Inacreditável...deixamos de nos ver há tanto tempo e, no entanto, ao nos reencontrarmos, é como se o tempo tivesse parado para nós; é como se jamais tivéssemos perdido o contato.
E lá estávamos nós, as amigas inseparáveis: irmãs para alguns; primas para outros. Era assim que nos apresentávamos, quando queriam saber se éramos parentes. E éramos, pelo menos no afeto.
Crescemos juntas: infância e toda a adolescência.
Nos tornamos mulheres adultas, esposas e mães, porém, distantes uma da outra; sem saber o que acontecia com a vida de cada uma.
As poucas informações que tinha a seu respeito é que não criava raízes por onde passava, pois, em função da profissão do marido - gerente do Banco do Brasil - era obrigada a mudar-se de cidade frequentemente.
Sei que a sua vida não foi fácil; enfrentou muitos problemas. Teve que adaptar-se a muitas coisas e desapegar-se a tantas outras. Tornou-se uma mulher forte, companheira admirável e mãe dedicada.
Jamais imaginei que aquela garota alegre, sempre risonha, que me acompanhava nas aventuras juvenis, pudesse se tornar uma pessoa tão consciente de suas responsabilidades.
Quando soube que ela havia assumido vários papéis, fiquei pensando que, na verdade, a visão que eu tinha da minha amiga inseparável não era real. Decididamente, ela havia se transformado em alguém tão diferente daquela mocinha que adorava festas, paquerar, pegar carona com desconhecidos - íamos passear em Ipanema, o "point" da época - não havia tanta violência. Parece que os homens eram mais tímidos, mais respeitadores e mais românticos. Quantas vezes fizemos isso. Era tudo muito divertido; éramos tão felizes.
Mas a vida nos separou. Não acompanhei os períodos em que esteve grávida; não estive com a minha querida "prima" quando achou que não aguentaria viver como nômade, deixando casas, móveis, amigos e tendo que recomeçar em outros lugares, tampouco quando esteve doente e teve que se submeter a uma cirurgia.
Ah, minha amada, o que a vida nos reserva...
De qualquer forma, sobrevivemos, tu lá; eu aqui. Tu enfrentando as vicissitudes de realidades distintas. Eu, embora vivendo no mesmo lugar onde crescemos, também tentando me adaptar a um vida nova, cheia de altos e baixos.
Hoje, ao nos reencontrarmos: filhos criados, emancipados, ainda vejo as duas meninas ingênuas que se imaginavam tão espertas naquele tempo que ficou para trás.
Por fora, mudamos. Já não temos os corpinhos de antes, cujas roupas caiam tão bem: mini-saias, pantalonas e mini-blusas; sem muita modéstia, a garotada torcia a cabeça quando passávamos... e eram só assovios.
Nossos rostos mostram linhas que o tempo se encarregou de fixar. Entretanto, o brilho dos nossos olhos e o sorriso em nossos lábios permanecem inalteráveis. E o mais iincrível é que a lacuna que ficou entre nós, nesses anos que estivemos sem contato, foi preenchida imediatamente quando nos olhamos e nos abraçamos.
No momento em que nossas mãos se tocaram, tive a certezade de que o carinho que tínhamos uma pela outra, nunca desapareceu de nossos corações. Ele esteve sempre lá, aguardando o momento desse belo reencontro; esse momento único que somente nós podemos avaliar o significado.
A minha amiga de todas as horas voltou para a minha vida num momento delicado; quisera estar mais livre de preocupações, para poder viver intensamente esse acontecimento maravilhoso. Contudo, o pouco tempo em que estivemos juntas, agora, fez com que, novamente, voltássemos a ser as antigas confidentes uma da outra . Sem pudores ou reservas, falamos de nossas intimidades; de problemas que nos incomodam e, juntas, buscamos alternativas para eles.
Pois é, a minha "irmãzinha" está novamente perto de mim. Será por poucos dias, eu sei. Logo ela regressará para a sua casa em Cuiabá, no Mato Grosso; muitos quilômetros nos separam...
O meu coração já sente a dor da sua sua ausência. O que me consola é saber que não serão mais 30 anos de separação . Com toda a certeza, nunca mais ficaremos tanto tempo sem contato. Estaremos distantes fisicamente, mas nossos corações, mentes e almas estarão unidas para sempre.
Te amo muito, muito, "priminha". Comigo permanecerá a lembrança dos mellhores momento de nossas vidas: os verdadeiros "ANOS DOURADOS".


Infelizmente, as coisas não foram como eu esperava.
Minha "mana" partiu e entre nós, novamente, se criou um abismo; desta vez pior que da outra vez, porque não foi a distância e nem os reveses da vida que nos separou, foi um grande mal-entendido, que não foi solucionado, que nos afastou, penso que para sempre.
Tenho estado muito triste com o que aconteceu, porém não sei se vale a pena buscar um novo contato; talvez seja melhor que somente com as lembranças dos velhos tempos em que fomos muito felizes...é a vida!

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