skip to main |
skip to sidebar
Atraída pelo teu olhar,
Nem percebi
Que estava prestes
A me enredar
Em tua armadilha.
Quando dei por mim,
Já havia me tornado
Tua presa,
E o meu insensato coração,
Por ti se encantara.
Cativa desta frenética paixão,
Transcendi minhas fantasias
E me entregei
Aos mais voluptuosos prazeres.
Pensei em fugir de tuas amarras,
Porém, toda vez
Que quis partir,
Os teu braços me envolveram
E a tua astúcia
E jogo de sedução
Me imobilizaram.
Hoje, estou resignada.
Serei, para sempre,
Prisioneira deste amor,
Que me domina
E faz de mim
Uma escrava por opção!
Martha Medeiros
Toda mulher é doida. Impossível não ser.
A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente,
másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma
vida, não é mesmo?
Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas,
ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua
imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática,
verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.
Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha
desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.