quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

de 10/SEXTA A 16/DEZ/QUINTA
ESTREIA
GUION CENTER 1 – TETRO – 127MIN/14ANOS
15h15 – 17h30 – 19h45 – 22h


PRÊMIO GOYA/ ESPANHA
INDICAÇÃO
MELHOR ATRIZ - MARIBEL VERDÚ
TETRO
(ARGENTINA-ITÁLIA-ESPANHA 2009/ 127 MIN/ 14 ANOS/ DRAMA)
Direção, Roteiro e Produção: FRANCIS FORD COPPOLA
Música: OSVALDO GOLIJOV
Fotografia: MIHAI MALAIMARE JR.
Montagem: WALTER MURCH
Efeitos Especiais: UNIVERSAL PRODUCTION PARTNERS / WANKA CINE & ANIMACION
Elenco:
VINCENT GALLO (Tetro)
ALDEN EHRENREICH (Bennie)
KLAUS MARIA BRANDAUER (Carlo)
CARMEN MAURA (Alone)
RODRIGO DE LA SERNA (Jose)
LETICIA BRÉDICE (Josefina)
MIKE AMIGORENA (Abelardo)
SOFIA CASTIGLIONE (Maria Luisa)
FRANCESCA DE SAPIO (Amalia)
ADRIANA MASTRÁNGELO (Angela)
SILVIA PÉREZ (Silvana)
ERICA RIVAS (Ana)


Como não fazia desde 1974, em A Conversação, Coppola escreveu, produziu e dirigiu Tetro, seu 21º longa-metragem. Esmerou-se na estética do filme quase todo feito em maravilhoso P&B.
Escritor que rompeu os laços com seu pai vive em exílio na Argentina.
Bennie, o TETRO do título, seu irmão de 18 anos e há mais de 10 não o vê e parte para encontrá-lo em Buenos Aires para tentar descobrir os segredos mais escondidos da família. Uma família desmembrada e afastada por conflitos que ficaram por resolver. A chegada de Bennie só vai antecipar o inevitável: os fantasmas vão voltar à superfície.
O ingênuo Bennie (Alden Ehreinreich), de 17 anos, chega a Buenos Aires devido a um problema no navio onde trabalha. Ele aproveita o ocorrido para encontrar seu irmão mais velho, Angelo (Vincent Gallo), que resolveu tirar um ano sabático e nunca mais entrou em contato com a família. Bennie consegue encontrá-lo, mas Angelo não é mais a mesma pessoa. Ele abandonou seu nome de batismo e agora atende apenas por Tetro, tendo se tornado uma pessoa de temperamento difícil e que esconde seu passado. Entretanto, o período em que Bennie vive com ele e sua namorada Miranda (Maribel Verdú) faz com que relembre experiências do passado.
VINCENT GALLO), escritor recluso e sem sucesso, que ganha a vida como iluminador de pequenas peças de teatro. Ao receber a visita do irmão mais novo, Bennie (ALDEN EHRENREICH), vem à tona sua personalidade espinhenta e a dificuldade de enfrentar questões familiares do passado.
Sobre os dois irmãos obrigados a conviver por acidente, paira o fantasma do pai, Carlo (KLAUS MARIA BRANDAUER), um maestro ególatra e sufocante que desde cedo limitou a vida dos filhos com mão de ferro. É ele quem conduz um dos pontos altos do filme, quando, por vaidade, disputa com Tetro o amor de uma jovem garota “apenas para mostrar que podia”. A cena em que isso se dá é de dramaticidade e beleza soberbas; Coppola se reencontrando com o grande cinema que o consagrou.
A chave vira. Bennie se debruça, com ajuda de Miranda (MARIBEL VERDÚ), esposa de Tetro, sobre os manuscritos nunca publicados do irmão. No calhamaço de letras ilegíveis e histórias escritas com códigos militares, se esconde o demônio que assombra a vida do autor e a porta para a desgraça que se abaterá mais adiante sobre os Tetrocini, sobrenome da família.
Num lance de rebeldia de Bennie, o que deveria permanecer em segredo se torna uma consagrada peça de teatro, a contragosto do primogênito. Por descuido, o caçula não percebe o quão drástica foi a sua iniciativa e sob duras penas saberá do que padece a relação entre Tetro e Carlo.
A partir daí, os planos deliciosos, a fotografia impecável, a direção previsivelmente segura e as boas atuações encontram o descaminho. Coppola se perde num roteiro que parte de uma história realista e instigante para a metalinguagem e, no terço final, beira o constrangedor, tantas são as seqüências dispensáveis.
O clássico duelo narrativo entre pai e filho (“o que destruiu nossa família foi a rivalidade”) e o dilema digno de uma novela de Tolstói é ofuscado pelo acerto de contas mal ajambrado. Gallo e Ehrenreich, até aí em grandes atuações, se desmancham num dramalhão fomentado pela participação constrangedora de Carmen Maura, no papel de Alone, uma crítica de teatro. Não se entrega nada do que foi prometido ao espectador.
Na Europa, Coppola disse a um jornal português que Tetro era uma obra de muitos riscos. Pode-se dizer que desmedido.

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