"Sou uma mulher madura que às vezes anda de balanço; sou uma criança insegura que às vezes anda de salto alto"
( Marta Medeiros )
Penso que tem tudo a ver comigo!
quarta-feira, 7 de abril de 2010
A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade. As vezes é preciso recolher-se.
Duas bolas, por favor - Danuza Leão Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só. Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação. O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil'). Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai. Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação... Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções. Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'... Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora. Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago .
Esse é um espaço onde me refugio. Nele, me permito expressar meus sentimentos e fazer reflexões acerca da vida e de tudo aquilo que faz parte dela; também é um lugar que me dá grande prazer, pois posso desfrutar da companhia, mesmo que virtual, de todos os que me visitam.
Clock
Blog da Lúcia
Obrigada por visitarem meu blog; se tiverem vontade, deixem um recadinho.
Uma mulher em dissonância com o seu tempo...eu não me adapto com determinadas regras e alguns padrões que a sociedade, atual, estabeleceu como adequados para serem seguidas.
Sou muito "na minha" e não aceito fazer coisas por obrigação, embora tenha que me submeter a isso, vez por outra; fazer o quê?
Gostaria de ser totalmente livre e autônoma para dirigir minha vida.
Sei que tenho um temperamento difícil e nem sempre sou compreendida, afinal, eu sou diferente; às vezes isso me causa sofrimento, porém é assim que eu sou, e resolvi que não vou mudar; cheguei a conclusão de que nesse mundo nada é garantido, portanto, nunca vou saber se seria mais ou menos feliz se pensasse e agisse de forma diferente.
Então, eu respiro, vivo e me administro conforme aprendi.
Para encerrar, quero dizer que sou apaixonanada pela vida!