No ventre daquela mulher.
Pequeno, quase insignificante
Uma coisa minúscula, uma bobagem qualquer.
Eu sou aquela que te viu nascer.
Ouvi seu primeiro choro nos braços daquele homem.
Para o berçário fui com você
E para ti, dei um nome.
Eu sou aquela que te viu crescer,
Amadurecer, de criança a rapaz.
Te amando cada dia
E tirando sua paz.
Eu sou aquela que você vê de relance
Um vulto em meio as sombras.
Eu sou aquela que vai te acompanhar
Pela vida toda.
Eu sou aquela que entra em seus sonhos
Que toma conta das tuas noites quentes ou frias.
Perturbando tua alma
Todas as noites, todos os dias.
Eu sou aquela que fala ao teu ouvido
Que te faz arrepiar de vez em quando.
A presença que sentes mas não vê,
Quando sozinho estás andando.
Eu sou aquela que te é por guia,
No caminho que agora vais andar.
Mas fique tranquilo, não se preocupe com nada,
Em tuas mãos irei segurar.
Seja bem-vindo ao detino final.
Pois esse tempo todo zelei por ti.
Agora sabes quem sou eu, podes me ver,
E para te receber estou aqui.
Mas se não está me reconhecendo
Eu vou me apresentar.
Eu sou a tua amada, a Morte
E vim aqui te buscar.
Lady Charisthy
Publicado no Recanto das Letras em 26/11/2009
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