sábado, 5 de dezembro de 2009

O meu Eu narcisista

Hoje senti tristeza
Ao olhar-me no espelho,
Um fato irreversível eu vi:
Não sou mais jovem.
No meu rosto
Há marcas de expressão profundas.
Os meus olhos não têm mais o brilho
Que por muitos anos
Refletiu a minha juventude.
O tempo encarregou-se de devastar minha beleza,
,
Dádiva que a Ciência
Não conseguiu eternizar.
Não sou diferente de ninguém,
Vivo o processo natural
De quem nasce, envelhece e morre.
Mas, ainda assim,
Não consigo conformar-me
Com as transformações sofridas,
E o meu Eu, narcisista,
Faz a pergunta que não quer calar:
Oh! Vida,
Como ousas continuar a existir
Depois que Eu partir?

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