domingo, 20 de setembro de 2009

O visitante



Foi apenas uma visita,
Ficou pouco tempo.
A ânsia de percorrer
Outras estradas
Logo o afastou de mim.
Não é um homem constante,
Não cria vínculos.
Por onde passa,
Deixa saudades e também
Muita tristeza nos corações
Das mulheres a quem seduz.
É tão discreto, esse homem,
Que ninguém percebe,
Quando o tempo de visitante
Se esgota e ele tem que ir-se.
Depois, mais conscientes,
Elas, suas amantes amarguradas,
Dão-se conta de que
O visitante não se prende
A ninguém, a nada.
Seu único objetivo
É ser livre de amarras
Porque sabe que sucumbir
A um grande amor
Exige doação; cumplicidade,
Nem sempre correspondida.
Não pretende repetir a experiência,
Para ele tão desastrosa.
Mais uma vez, o visitante
Vai em busca de novos lugares,
Novas companhias.
Quem sabe a vida,
Algum dia, o pegue de surpresa
E numa de suas breves visitas,
Acabe por gostar do lugar
E, sem medo de se entregar,
Faça dele o seu
Refúgio final.

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