segunda-feira, 8 de junho de 2009

Crônica


Uma escolha difícil...

Ontem assisti pela décima vez ( talvez mais rs ) um filme que me emociona demais: As pontes de Madison.
Para quem nunca assistiu, aconselho a ver; ele trata de uma paixão de uma dona de casa, mulher de um fazendeiro e mãe de dois adolescentes, por um fotógrafo da revista National Geographic.
As personagens são interpretadas por Meril Streep e Clint Eastwood. Ela vive numa pacata cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Sua rotina é cuidar da casa e da família; seu lazer se resume às festas locais e de vez em quando reunir os amigos para um churrasco ou coisa parecida.Tudo começa quando um desconhecido passa pela sua fazenda para pedir informações a respeito de algumas pontes de arquitetura peculiar que havia por ali, pois ele fora contratado para fazer uma matéria para a revista.
Ela estava sozinha na ocasião, porque a família tinha viajado para outra cidade, onde haveria uma exposição e competição de animais.Não demorou muito para que surgisse uma forte atração entre os dois e, imediatamente, as coisas tomaram um rumo perigoso para ela.
A personagem Francesca era uma mulher que, apesar de viver uma vida simples, sem grandes ambições, sentia-se meio solitária; seu marido era um homem bom, mas já não lhe despertava encanto algum, não a surpreendia com nada .
Seus filhos pouco falavam com ela, envolvidos com coisas de interesses de suas idades. Ela era uma mulher bonita, escondida atrás de roupas simples; quase sem vaidade. Entretanto, dentro de si, ainda havia sonhos, desejos reprimidos e uma inquietude que ela não sabia definir direito o que era.
Robert era um homem do mundo, vivido, já não era tão jovem; foi fácil perceber que, bem lá no fundo de Francesca, existia um mulher que estava "viva", pronta para amar e se deixar amar com muito ardor. E foi inevitável a paixao entre os dois.
Foram quatro dias de muita emoção vividas na clandestinidade.Ela redescobriu o prazer que há muito já não sentia; se entregou completamente àquele desconhecido. E tudo foi muito intenso.
Toda vez que vejo esse filme, não há como não me imaginar na "pele" de Francesca; e choro muito pelo sofrimento dos dois, quando ele tem que partir e a convida para ir com ele.
Mas Francesca é sensata. Pondera e resolve ficar. Há um diálogo lindo na última noite em que jantam juntos, onde ela diz a ele que não poderia abandonar a família; que o marido e os filhos precisavam dela. Que a filha estava na idade de se apaixonar, e que quando encontrasse alguém para constituir uma família, é com ela - a mãe - que iria contar para falar dessas coisas tão íntimas. Ela diz que se fosse embora com ele, em um mês estaria se odiando por todo o mal que teria causado àqueles a quem ama. Além disso, a magia do momento não perduraria fora daquele cenário construído por eles naquele momento especial de suas vidas. O mais bonito, para mim, é quando ele diz a ela que o que aconteceu entre eles não se repetiria; que a partir dali, eles seriam parte um do outro, estivessem onde estivessem. E então, ele parte.
Depois de alguns anos, ela viúva, recebe do advogado de Robert, uma caixa com alguns objetos pessoais: pulseira, a corrente que tinha lhe presenteado, cartas e o livro com o trabalho e as fotos das pontes que o fizera ir até aquela cidade.
Ele nunca deixou de pensar nela até o momento da sua morte, assim como ela o teve em seus pensamentos para o resto de sua existência. Bem, fico imaginando quantas pessoas têm a sorte de viver uma grande paixão assim.
Não importa o tempo que leve, quando ela é verdadeira, vale a pena vivê-la com toda a intensidade.Não estou fazendo a apologia da infidelidade, mas acredito que homens ou mulheres não podem se privar de viver uma experiência semelhante a do filme, se o destino assim decidir. É lógico que devem ponderar os riscos do sofrimento; das perdas e ganhos que certamente terão. Mas, se forem coerentes, não machucando terceiros ou quartos...sempre valerá a pena viver emoções que ficarão para sempre em suas lembranças. Não será pior se proteger para não sofrer e nunca arriscar nada? E quem sabe, numa dessas, os momentos de felicidade vividos não sejam tão breves e possam se transformar num Happy End...

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